quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Crush.

Encontrei uma pérola. Aliás, encontramos uma pérola, porque o dito senhor que publicou este video no youtube só o fez em 2013, portanto calculo que o estado de excitação em que ele se encontrava se assemelhe ao meu neste momento.

Parece que corria o ano de 1997. Eu estaria talvez, pela primeira vez, em Mindelo, a encontrar um sítio que me viria a dizer tanto ao longo dos anos. [Iria inclusivamente mostrar-me que só é preciso motivação e janela térrea para nos escapulirmos de situações difíceis].

Ela estava a fazer isto, em plena MTV, navegando a onda unplugged tornada moda pelos Nirvana.
Se calhar o o Jeff [dependendo do mês] estava no backstage a olhar para ela em êxtase.

Adivinhava-se a loucura.

Adoro a voz incerta (já na altura!), adoro o olhar, adoro os movimentos toscos em palco. Adoro a forma como ela brinca com o cabelo e aquela roupinha ridícula com uns ténis nike. No entanto não gosto que ela tenha adiado a tournée porque o cão dela morreu. Vá lá, Fiona, só faltas tu.

 [sim, é a minha grande girlcrush].



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

São só coisas.

Escreves quando te tiram algo que tinhas como adquirido. Quando sentes raiva, angústia, desespero. Não escreves quando estás feliz. Quando estás feliz deixas para amanhã, publicas uma música que te lembra o momento, como se todo o mundo conseguisse palpar o enorme sentimento que te invade.
Como se fosse óbvio.
Quando perdes algo tens de expressar essa perda ao mundo com todos os pormenores, estrincar, dissecar, porque aí nunca é óbvio. É preciso explicar a tua dor.  É necessário que te digam que o mundo não acaba, que é só uma fase, que é normal, que sobrevives. As melhores músicas falam de perda, a arte que toca expressa dor. Inquietam. Causam-te apneias momentâneas.


quinta-feira, 7 de abril de 2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

thE moRiarTy to my SherLocK


Intro to Creative Writing: Exercises for Story Writers



  1. Write the first 250 words of a short story, but write them in ONE SENTENCE. Make sure that the sentence is grammatically correct and punctuated correctly. This exercise is intended to increase your powers in sentence writing.
  2. Write a dramatic scene between two people in which each has a secret and neither of them reveals the secret to the other OR TO THE READER.
  3. Write a narrative descriptive passage in a vernacular other than your own. Listen to the way people speak in a bar, restaurant, barber shop, or some other public place where folks who speak differently ("He has an accent!") from you, and try to capture that linguistic flavor on the page.
  4. Play with sentences and paragraph structure: Find a descriptive passage you admire, a paragraph or two or three, from published material, and revise all the sentences. Write the passage using all simple sentences (no coordination, no subordination); write the passage using all complex-compound sentences; write the passage using varying sentence structure. The more ways you can think to play with sentence structure, the more you will become aware of how sentence structure helps to create pacing, alter rhythm, offer delight.
  5. Focus on verbs: Find a passage that you admire (about a page of prose) and examine all of the verbs in each sentence. Are the "active," "passive," "linking?" If they are active, are they transitive or intransitive? Are they metaphorical (Mary floated across the floor.)? What effects do verbs have on your reading of the passage?
  6. Take a passage of your own writing and revise all of the verbs in it. Do this once making all the verbs active, once making all the verbs passive. Then try it by making as many verbs as possible metaphorical (embedded metaphors).

  7. Create character sketches. This is a good exercise to perform on a regular basis in your journal. Sometimes you can just create characters as they occur to you, at other times it is good to create characters of people you see or meet. Some of the best sketches are inspired by people you don't really know but get a brief view of, like someone sitting in a restaurant or standing by a car that has been in an accident. Ask yourself who they are, what they are about. The fact that you don't really know the person will free you up to make some calculated guesses that ultimately have more to say about your own vision of the world than they do about the real person who inspired the description. That's okay, you are NOT a reporter, and ultimately the story you intend to tell is YOUR story.
  8. Write a character sketch strictly as narrative description, telling your reader who the character is without having the character do or say anything.
  9. Revise the above to deliver the character to the reader strictly through the character's actions.
  10. Revise the above to deliver the character strictly through the character's speech to another character.
  11. Revise the above to deliver the character strictly through the words/actions of another character (the conversation at the water fountain about the boss).
  12. Often when we call a character "flat" we mean that the author has failed in some way; however, many good stories require flat characters. Humor often relies on flat characters, but often minor characters in non-humorous pieces are also flat. These characters usually appear to help move the plot along in some way or to reveal something about the main character. A flat character is one who has only ONE characteristic. You can create whole lists of these and keep them in your journal so that you can call upon them when you need a character to fit into a scene.
  13. Young writers are prone to write autobiographical pieces. Instead of writing about people like yourself, try writing about someone who is drastically different in some way from you. Writing about someone who is a good deal older or younger than you will often free up your imagination. It helps to make sure you are delivering enough information to your reader so that the reader can clearly see the character and understand the character's motives.
  14. Write a scene of about five hundred words in which a character does something while alone in a setting that is extremely significant to that character. Have the character doing something (dishes, laundry, filing taxes, playing a computer game, building a bird house) and make sure that YOU are aware that the character has a problem or issue to work out, but do NOT tell your reader what that is. ´

( fonte:)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

D7.

Um.
















Dois.Três.

perfeito.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

adeus, senhor do olá.

Ainda me lembro da primeira vez que o vi. Estava vestido com um casaco de fazenda branco, comprido, impecavelmente penteado. O Nuno gritava da janela do carro: "olha olha, aquele é o senhor que diz adeus!". Pensei para os meus botões: "Deve ser maluquinho...coitado!".

Ao longo do tempo vi-me a acenar-lhe quase diariamente, e a falar dele a todos que me vinham visitar à capital. Lembro-me de desviar pelo Saldanha com o André para lhe irmos dizer adeus.Do seu olhar terno, do frio que devia passar todas as noites cumprindo religiosamente a sua missão.
Houve uma altura em que deixei de o ver. Alguém me pregou a peta de que tinha sido espancado e violado e mais nao sei o quê, e foi então, passados uns quantos meses, que o voltei a ver, com um outro casaco preto, mais quente, que alguém lhe deve ter dado depois da entrevista que o tornou ainda mais famoso. Foi bom, estava bem, continuava com aquele ar cuidado e sonhador, com a mesma alegria inocente. Ainda acenava, mandava beijinhos, e sorria.

Dizia "eles precisam mais de mim do que eu deles"...e foi então que entendi que coitados somos nós, não ele...não acenamos a desconhecidos, não confiamos em ninguém, raramente sorrimos a quem passa, não tiramos a cabeça do umbigo, nem os phones dos ouvidos...andamos pela rua,mais ou menos apressados, com a cabeça na nossa vida e na nossa música, perdemos a beleza da cidade e das suas pessoas.
chamos que um sorriso é uma maneira intrusiva de um estranho olhar para nós, sentimos que aquela pessoa está a fazer um juízo de valor de qualquer espécie. Ficamos o resto do caminho a escrutinar a nossa personalidade - "porque será que aquele gajo me acenou, me sorriu? será porque me achou feia, bonita, esquisita, será a minha roupa, será que o conheço de algum lado...?"... O senhor José simplesmente responde que é porque está feliz, porque quer fazer quem passa sorrir de volta. É incrível esta lição de vida, de quem não é famoso, não escreve livros, não tem um programa de opinião na TV, não faz grandes acções de formação na net...simplesmente é um grande observador. E, na verdade, ele sempre me fez sorrir, sempre lhe atirei beijinhos, fez parte da Lisboa que eu sempre quis que existisse.

Agora Lisboa está mais triste. A praça do Saldanha está de novo sisuda, metida na sua vida e nos seus problemas.

Há uma petição para erguer uma estátua a José Serra. Sou a favor, completamente, ele tocou músicos, escritores, artistas, jornalistas e todos nós. Dedicou a sua vida a contribuir, com o pouco que tinha, para tornar a cidade mais bonita. Lamento a quem esta opinião choca e ofende, mas fez mais por mim do que muita gente que está representada nestas pracetas. Obrigada.


"Chamam-me o Senhor do Adeus mas eu sou o senhor do Olá (...) Tudo isto é solidão? Essa senhora é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias da casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, se sentir gente (...) Só fico triste quando o movimento acaba.".
in Público.



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

FML: estado de espírito.


Nestes últimos 7 anos passou muita coisa por mim, muita gente. Em bom Português, não conseguiria para já fazer uma balanço do quanto mudou a minha vida desde que vim para Lisboa. Talvez quando, em breve, a vir de uma perspectiva diferente. Com a faculdade sempre tive uma relação amor/ódio, nunca me identifiquei muito com a gente que lá passava, mas isso também acabou por não ser assim tão diferente do resto das rotas que percorri, pois filtradas bem as coisas, fiquei com amigos para a vida. O que é certo, e é exactamente isto que pretendo tratar neste texto, é que tenho orgulho da minha faculdade, da grande imaginação da "minha" gente, e de tudo que aprendi com ela.
E aqui ficam alguns momentos, para partilhar com vocês, que se se estão a dar ao trabalho de ler isto, são concerteza uma parte importante de mim, mesmo que não o saibam.
Obrigada.




(neste há uma cara conhecida, aliás, várias:p )






*menção honrosa ao João e à Ginja*
- Sítio onde são feitos os crmos porque só se estuda aqui...
...aqui tu queimas a pestana, isto não é Santana.