sexta-feira, 9 de outubro de 2009

chuva.


"Escolho os meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero respostas, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também a sua maior alegria.
Amigo que não sabe rir comigo, não sabe sofrer comigo.
Os meus amigos são todos assim: metade parvoíce, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois vendo-os loucos e santos, parvos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."


Oscar Wilde


Vamos ultrapassar a nossa chuva, compreendendo-nos, sobretudo. Vamos aprender um com o outro. Porque é o nosso sonho e é tudo o que importa.

2 comentários:

J. Gonçalves disse...

A chuva, num mundo poluído como o é actualmente, torna-se ácida. No trajeto da nuvem até ao chão ganha elementos corrosivos que matam plantas e esfomeiam animais. De quem é a culpa? Não é da chuva coitada, ela apenas passa. É do mundo, das pessoas. Mas as pessoas abrem o guarda chuva e tão-se a cagar se morrem flores e abelhas. Interessa é poluir mais ainda, infelizmente. O meu sonho era acabar com esta poluição, mas não sei se sou capaz...

Anónimo disse...

amiga*** :)