terça-feira, 22 de janeiro de 2013

São só coisas.

Escreves quando te tiram algo que tinhas como adquirido. Quando sentes raiva, angústia, desespero. Não escreves quando estás feliz. Quando estás feliz deixas para amanhã, publicas uma música que te lembra o momento, como se todo o mundo conseguisse palpar o enorme sentimento que te invade.
Como se fosse óbvio.
Quando perdes algo tens de expressar essa perda ao mundo com todos os pormenores, estrincar, dissecar, porque aí nunca é óbvio. É preciso explicar a tua dor.  É necessário que te digam que o mundo não acaba, que é só uma fase, que é normal, que sobrevives. As melhores músicas falam de perda, a arte que toca expressa dor. Inquietam. Causam-te apneias momentâneas.


1 comentário:

Ana Peixoto disse...

É engraçado que ainda ontem, enquanto mexericava nas minhas coisas, estava a pensar nisso. O que de melhor escrevi foi quando estava triste ou revoltada com alguma coisa.

Pensa no quanto é bom não se escrever tanto (ou então, pensa no quão é mau estar-se tantas vezes feliz ahah)