sábado, 20 de junho de 2009

Pode ser?


"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço..."


"O que há em mim é sobretudo cansaço" - Álvaro de Campos


Paradoxo da época de exames (segundo o profeta nuno): o pior do cansaço é o momento em que dizes para ti próprio que estás cansado.

Portanto, ligeiramente frita e com caca cerebral,sim! Cansada, nunca! Tenho tempo para dormir quando morrer...

Agora a sério...


1 comentário:

Anónimo disse...

assino por baixo.

:) *saudades* quando vens aqui?